Desde a década de 70, os profissionais da Educação vêm enfrentando obstáculos na luta por melhorias para a categoria.
Assembleia dos Profissionais da Educação RJEnfrentar pressões externas, como retaliações do governo e até a ameaça das forças policiais são riscos esperados e previsíveis por quem está na mobilização nas ruas. O que não deveria ser esperado, embora também previsível, era a divisão do movimento pela desunião entre os próprios educadores.
Nestes mais de trinta anos de carreira, sempre ouvi que os profissionais da Educação são desunidos. Nestas horas, vem-me à mente, aqueles versos: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não *subsistirá” (Mt 12:25)
Assembleia da Educação – Tropa de Choque PM RJ – ago 2013Fico extremamente triste e preocupada com tal divisão dentro da própria categoria porque, em minha avaliação, a greve é uma atitude solidária, não só aos educadores, como também aos estudantes, não cabendo, portanto, ofensas e divisões entre nós.
A tese de que os professores em greve irão prejudicar os estudantes, em minha opinião, parece ser a de um bom defensor dos direitos dos alunos. Eu disse “parece”, porque, na realidade, mesmo os profissionais que não aderiram ao movimento, não têm, salvo exceções, a frequência de seus alunos, que, consequentemente, não terão garantia de reposição de aulas, já que, em tese, seus professores estavam trabalhando.
Passeata Educação Av Pres Vargas – ago 2013 RJÉ lamentável que tal situação provoque animosidade e troca de agressões entre grevistas e não grevistas. Esta greve não serve apenas aos professores, mas a toda categoria da educação; no entanto, a decisão de participar dela é particular e eu preciso respeitá-la.
A greve poderá provocar um abalo nas relações entre os colegas de trabalho que trocam ofensas virtualmente e pessoalmente. Infelizmente, tais comportamentos servem apenas para fomentar a desunião em uma luta que é de todos. Não é tão mais compatível com a condição de educadores que somos, um diálogo cordial que vise trazer o companheiro para a luta, em vez de suscitar rancores e divisões no ambiente de trabalho?
Eu e meus colegas de trabalho unidos na lutaNão creio que os professores prejudiquem seus alunos com a sua greve; pelo contrário, estamos defendendo seus direitos também! Esta luta é por eles, porque os ganhos e as perdas na Educação não atingem apenas os professores; atingem também nossos alunos.
Quando nos referimos à Educação, falamos de todos: professores, alunos e funcionários. Por isto, precisamos estar unidos nesta luta. Deixamos de ser educadores e perdemos a compostura quando o companheiro não se junta a nós na luta? Não! Por amor, não julgue seu colega agressiva e desrespeitosamente. O diálogo ainda é a mais poderosa arma de que dispomos.
Precisamos retornar, ao final desta greve, para nossas unidades escolares, com serenidade e convicção de que cumprimos com nossa tarefa em defesa da Educação. Teremos de conviver, diariamente, com os colegas, em um ambiente propício à realização de nosso fazer pedagógico.
Estamos destinados a ser casa dividida? De jeito nenhum! Subsistiremos? Sim, com certeza! Vamos continuar na luta por uma Educação de qualidade, sem perder a dignidade, a solidariedade, o companheirismo e, sobretudo, a união. Porque juntos somos mais fortes! #parapensar
* subsistir: conservar-se, manter-se vivo ou em vigor.
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[…] Infelizmente, a divisão do movimento pela desunião entre os próprios educadores aconteceu e eu senti muita raiva e agi passionalmente. Por um momento, deixei o ódio romper laços de amizade e companheirismo que me eram tão caros. […]
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