De vez em quando, encontro alguns ex-alunos. Na condução, caminhando pela rua, em shoppings e supermercados, ou na internet, em redes sociais.
Sinto-me gratificada quando um médico, um jornalista, um técnico, uma engenheira, uma professora, um enfermeiro, uma arquiteta, enfim, um jovem ou uma jovem, ao me encontrar, diz sorridente: “professora!”.
São eles que, ao me encontrarem, pessoalmente ou virtualmente, tomam a iniciativa de falar comigo. Às vezes, não os reconheço. Já são adultos e a lembrança que tenho deles é da infância e adolescência.
Fico tão satisfeita ao saber suas conquistas. Contam-me sobre suas profissões e seus projetos.
Nessas horas, costumo pensar que o mérito é todo deles. Não me avalio como uma boa professora. Acertei muitas vezes. Errei outras tantas. Senti, tantas vezes, minha limitação para tornar as aulas criativas e interessantes, e transcender meus limites.
Eu sempre tive a consciência de que cada um de meus alunos traziam, dentro de si, uma curiosidade natural para descobrir sua história. Cabia a mim mostrar-lhes os meios para obter tal conhecimento. E eles podiam optar por aprender e crescer.
Acredito que o êxito deles deve-se, em maior parte, a seus esforços próprios, embora eu os instigasse a prosseguir estudando mais e mais.
Não me considero exemplo de bom professor. Várias vezes pensei em abandonar o magistério, impotente diante de tantos problemas. Estava ciente de que alguns poucos alunos conseguiriam, realmente, aprender algo que lhes seria útil e à sociedade.
Ao rever estes meus alunos vitoriosos, fica evidente, para mim, que a aprendizagem só se concretiza efetivamente, quando o aluno compreende a utilidade deste aprendizado para sua vida.
Espero reencontrar mais alunos assim, porque o sucesso deles, de alguma forma, é meu também.